Crítica: Bright

Dia 22 de Dezembro a Netflix lançou Bright, um filme estrelado por Will Smith e Joel Edgerton que mistura o gênero policial com fantasia estilo Tolkien. Dirigido por David Ayer, Bright comete vários erros parecidos com outro trabalho recente do diretor: Esquadrão Suicida. É um filme diverto, mas não traz nada novo ou marcante, e deixa um sentimento de “É só isso?” ao terminar de assistir.

E é ruim? Não. Mas também não é o melhor filme do ano como muitos esperavam, inclusive eu. O filme é a maior aposta da empresa para finalmente chamar a atenção de um público diferente. Ao contrário do que ocorre hoje em dia, o público não precisa sair de casa, comprar pipoca, pagar estacionamento e esperar um horário definido para ver um filme que tenha lhe chamado a atenção. A ideia é entregar algo com a mesma qualidade, no sofá de nossas casas. Para se ter uma ideia, a Netflix investiu U$ 90 Milhões em Bright. Diversas ações de marketing e claro, a presença de Will Smith, foram o suficiente para criar uma expectativa. Na CCXP o ator foi a maior atração do evento. Só que tudo isso é o suficiente? Será que Bright tem a qualidade que a gente busca quando pensa em assistir algo com 2 horas de duração?

Um dos grandes motivos de eu não ter ficado empolgado com Bright desde que ele foi anunciado, foi a falta de informações à respeito do que realmente seria o filme. Sabíamos que Will Smith seria um policial e que seu parceiro seria uma criatura diferente. O filme se passa em Los Angeles em um mundo onde os seres humanos vivem ao lado de Orcs, Elfos, Fadas e criaturas fantásticas como se fosse algo bem normal. Os Orcs são meio que os ralés, a raça mais ignorada e odiada. Para variar, os humanos são meio racistas e gananciosos.


Enredo

Fadas são tratadas como pragas, Elfos são os ricaços do pedaço. Dentro deste conceito, existe uma lenda antiga, onde algo extremamente poderoso e raro poderia retornar para a Terra e no meio disso, varinhas mágicas surgiriam de repente e somente um Bright pode manusear tal artefato. O roteiro do filme é bem interessante e me surpreendeu no início, uma vez que eu esperava uma verdadeira bomba. Os trailers me fizeram pensar coisas completamente diferentes e não fizeram o papel que deveriam de me fazer esperar por Bright.

Muito potencial jogado fora…

Analisando friamente, “Bright” tem tudo para ser um bom filme. A história em si é muito boa, cenários de fantasia geralmente dão muitos elementos a serem trabalhados e seus personagens podem ser explorados de diversas formas, mas não é o que vemos no filme. Com um roteiro atropelado, cenas de pancadaria em cima de cenas de pancadaria, o filme não se aprofunda nem no gênero thriller de ação e deixa suas críticas sociais boiarem em cenas superficiais. Na nova aposta da Netflix, é porrada em cima de um espetáculo pirotécnico de magia sem espaço para dar ao espectador um mundo crível o suficiente.

O grande problema do filme é realmente o roteiro. Os personagens surgem do nada nas cenas de ação, todos os plots da trama são resolvidos de forma simplória e a vilã principal do filme, Leilah (Noomi Rapace), é absurdamente previsível, não tem uma motivação que nos faça crer nela. Aí mora o grande defeito do longa, tudo se passa tão rápido e nos é apresentado de forma tão descuidada que não há uma preocupação de que seus personagens tenham motivação o suficiente para os caminhos que escolhem dentro da história.

Bright está muito longe de algo espetacular. A Netflix não conseguiu criar algo grandioso. Tudo é muito superficial, com cara de filme de “Sessão da Tarde“, mesmo com tantos efeitos e dinheiro envolvido. Porém, é uma boa oferta do serviço que podemos assistir sem pagar mais nenhum real, além do mensal habitual. E ainda podemos ver em casa, sem precisar se preocupar com nada mais.



BÔNUS - Netflix confirma produção de Bright 2
Segundo informa a Bloomberg, uma sequência para a aventura policial/fantástica coestrelada por Will Smith e Joel Edgerton já está em desenvolvimento.

Nota final: 6,5/10 - Bright não é tão empolgante quanto poderia e também não é a tragédia que prevíamos ser. No final das contas é um filme mediano que pode divertir muita gente e deixar outros totalmente desapontados.

Beijos, JR.

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