Resenha: Mindhunter

Como funciona a mente de um serial killer?


Sinopse: Em detalhes assustadores, Mindhunter mostra os bastidores de alguns dos casos mais terríveis, fascinantes e desafiadores do FBI. Durante as mais de duas décadas em que atuou no FBI, o agente especial John Douglas tornou-se uma figura lendária. Em uma época em que a expressão serial killer, assassino em série, nem existia, Douglas foi um oficial exemplar na aplicação da lei e na perseguição aos mais conhecidos e sádicos homicidas de nosso tempo. Confrontou, entrevistou e estudou dezenas de serial killers e assassinos, incluindo Charles Manson, Ted Bundy e Ed Gein.
Com uma habilidade fantástica de se colocar no lugar tanto da vítima quando no do criminoso, Douglas analisa cada cena de crime, revivendo as ações de um e de outro, definindo seus perfis, descrevendo seus hábitos e, sobretudo, prevendo seus próximos passos.



Terminei esse livro ontem (01/11) voltando do trabalho e fiquei tentando absorver tudo que li, confesso que é um livro difícil de resenhar. Não tanto pelo assunto, que apesar de não ser dos mais tranquilos, é abordado de maneira bem explicativa; a dificuldade se dá mesmo pela enorme quantidade de informações a respeito dos estudos sobre serial killers e como suas mentes funcionam.

Quem acompanha os lançamentos da Netflix provavelmente ficou sabendo da estreia da série Mindhunter, que tem ninguém mais, ninguém menos que David Fincher (Seven, Clube da Luta, O Curioso Caso de Benjamin Button) na direção. Eu fiquei vidrada na série de primeira, e até cheguei a comentar no twitter (@jackelineroque) em uma ocasião. Já digo que o livro é uma ótima adição ao que foi apresentado na primeira temporada.

Eu sei que já existem várias resenhas desse livro na Internet, mas não podia deixar de comentar e indicar a vocês. Os relatos de John Douglas são impressionantes por haver uma visão crítica de alguns dos maiores homicidas e seus casos que perduram garantido uma “fama” para quem os cometeu. A inspiração criou personagens memoráveis como o agente Jack Crawford do filme “O Silêncio dos Inocentes“, onde os interrogatórios foram baseados no estudo de Douglas sobre a psicopatia numa época que nem existia o termo “serial killer” e nesses casos a prisão perpétua ou a pena de morte eram a única solução viável. Por óbvio muitas coisas mudaram, pois tantos casos pitorescos ajudaram na criação de mais precedentes e leis que servissem para situações hediondas como as demonstradas pelo autor que contou com a ajuda de Mark Olshaker, um grande diretor, roteirista e autor, responsável por organizar todas as ideias do agente e garantir um ar de mistério para quem busca mais do que o fim que se deu.

A narrativa é bem direta e sem muito espaço para sentimentalismos. O início do livro é lento, com relatos de Douglas sobre sua vida antes de se tornar policial, o início de sua carreira e o interesse pela psicologia de crimes hediondos, com foco em agressões sexuais e tortura. Passado esse começo arrastado, passamos a conhecer mais sobre Quântico e lemos trechos reais de entrevistas com alguns dos maiores serial killers já vistos, como Ed Kemper, Jerry Brudos, Wayne Williams, Dennis Rader e muitos outros. Charles Manson, apesar de não ser exatamente um assassino, também é citado e conseguimos conhecer bastante sobre sua vida conturbada. Um paralelo muito interessante é traçado sobre o passado destes criminosos e suas “carreiras” no crime, e este aspecto foi um dos que mais gostei durante a leitura.

John Douglas se mostra um tanto narcisista e às vezes arrogante, sempre nos lembrando do quão importante foi o seu trabalho para a comunidade e como ele ajudou a pegar diversos criminosos ao longo de sua carreira na polícia. O fato de Douglas ter sido a inspiração de personagens fictícios como Jack Crawford, de O Silêncio dos Inocentes, também é lembrado diversas vezes e isso pode ser um pouco irritante.



"Assassinos em série são, por definição, assassinos "bem-sucedidos", que aprendem com a própria experiência. Precisamos apenas ter certeza de que estamos aprendendo mais rápido do que eles".
 (DOUGLAS, John E. Mindhunter. Intrínseca, 2017, p. 147)



Eu poderia falar muito mais sobre série e livro; o conteúdo é riquíssimo e rende muito o que debater. Mas deixo a experiência para quem quiser ler e se aprofundar nesse assunto fascinante que é a mente de criminosos tão frios quanto os serial killers. Aos desavisados: as descrições dos crimes são extremamente detalhadas e por muitas vezes me senti nauseada ao ler as atrocidades praticadas por alguns dos assassinos. Então, se você tem problemas em ler sobre corpos desmembrados, estupro e violência extrema, é melhor não se aventurar por esta obra.

Livro: Mindhunter... O Primeiro Caçador de Serial Killers Americano
Autores: John Douglas e Olshaker Mark
Editora: Intrínseca
Ano: 2017
Páginas: 384
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Beijos, JR.

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