Motivos para fazer uma maratona Gilmore Girls na Netflix


Se você era adolescente no início dos anos ’00, com certeza assistiu pelo menos um episódio de Gilmore Girls, ou pelo menos ouviu falar das garotas Gilmore por conta das amigas que eram viciadas. A série, que terminou em 2007, entra hoje (oficialmente) para o catálogo do Netflix (BR) e vai colocar muita gente (o/) numa maratona este fim de semana – até porque, há a promessa de uma nova temporada de comeback da série!

Gilmore Girls estreou em 2000 e se passa na cidade fictícia de Stars Hollow, no interior dos Estados Unidos, onde vivem Lorelai Gilmore (Lauren Graham) e Rory Gilmore (Alexis Bledel), respectivamente mãe e filha. Ao longo de sete temporadas, podemos acompanhar o amadurecimento e crescimento das personagens. Rory, que no início da série é uma adolescente e estudante do ensino médio, vai crescendo e termina formada, a caminho do seu primeiro emprego. Já Lorelai é uma mãe dedicada (que engravidou aos 16 anos) e que foi trabalhar cedo para garantir a Rory uma vida confortável.


Não há nada de errado em ser próxima da sua mãe

Minha mãe é a minha melhor amiga e posso gritar isso de qualquer sacada. Embora eu tenha passado muito tempo assistindo a esta série, tinha alguma coisa incrível na relação de mãe e filha que influenciou todas as mães e filhas que as assistiam. O relacionamento delas era tão invejável e desejável que fez uma geração de meninas do ensino médio parar de fingir que odiava as suas mães (coisa de adolescente) e reconhecê-las não apenas como as super-heroínas que são, mas também como pessoas reais capazes de ser suas amigas.

Relacionamentos são complicados

Por mais louco que isso pareça, eu realmente sentia que Rory, Lorelai e todo o universo de Stars Hollow eram reais. E, mesmo não fazendo parte dele, sentia que tudo era de verdade e que todas as coisas que estavam acontecendo representavam a vida real. Assistir às experiências e ao sofrimento dos personagens foi a primeira vez em que fui exposta ao fato de que nem todas as coisas são tão definitivas assim. Os relacionamentos românticos, a relação de Rory e Lorelai e, é claro, a relação sempre tumultuada de Lorelai com Emily e Richard são todas representações de como são os relacionamentos na vida real.

Desde a contínua discussão sobre o namorado preferido de Rory (nenhum era perfeito) até o “romance ioiô” de Lorelai com Christopher (que é impossível de se odiar completamente, apesar dos seus inúmeros defeitos) e também a separação e reunião de Rory e Lorelai durante sua época de faculdade, Gilmore Girls me mostrou que as relações da vida real são muito complexas, muito além do que consideramos certo ou errado.

Ninguém é perfeito, mas isso não quer dizer que as pessoas sejam ruins

Amy Sherman-Palladino fez com que eu me apaixonasse por essas personagens belas, interessantes e engraçadas e, então, fez com que elas fizessem coisas que não eram boas, mas eram reais, muitas vezes implicando em maldades. Assim, tive que reavaliar se você pode ditar para alguém simplesmente o que é o bem e o que é o mal. Para uma criança, essa é uma lição muito importante a se aprender, porque, por muito tempo, você é ensinado que ou alguém é bom ou mau e, como qualquer um que já passou dessa fase sabe, isso simplesmente não é verdade. Ainda me lembro do meu debate interno depois que a Rory perdeu a virgindade com o Dean enquanto ele ainda era casado com a Lindsey. Eu AMAVA a Rory, me identificava com ela e assisti a ela flertando com um homem casado foi algo que realmente me pressionou e coloriu meu cérebro, antes preto e branco, em tons de cinza.

Se ama alguém de verdade, você pode vencer qualquer batalha

Assistir Lorelai e Rory brigando sobre o roubo do iate me matou. Minha mãe e eu sentamos e choramos, tanto nos momentos tristes em que elas estavam claramente perdidas, até no belíssimo momento em que se reuniram e se dirigiram para a garagem. Por muito tempo, achei que as brigas significavam o fim de alguma coisa.

Um cara legal nem sempre é o cara certo

Marty, “Naked Guy”, era ótimo. Ele era humilde, um amigo leal, trabalhador, e completamente fofo. No papel, a definição do cara “certo” para namorar. Rory, no entanto, preferiu Logan, controverso que só ele — por vezes um babaca total e, por vezes, um cara incrivelmente doce — na verdade, até faz mais o tipo da Rory do que Marty. Esses estranhos relacionamentos me fizeram pensar que a situação é mais difícil do que imaginamos. Existe um tipo de conexão intangível que nem sempre faz sentido logicamente, mas que, quando vivemos na vida real, faz muito sentido. Outro exemplo é o dilema de Dean e Jess.

Se você liderar, eu vou seguir

O hino do amor verdadeiro. Não de uma forma romântica, mas de uma forma de melhores amigos, uma forma de mãe e filha. Eu não podia evitar pensar na minha mãe e nos meus amigos toda vez que ouvia a voz de Carole King e como gostaria de segui-los a qualquer lugar e como sentia a mesma verdade da parte deles.

Às vezes, você só precisa da sua mãe

Essa é uma lição mostrada vez ou outra no seriado, mas o melhor episódio que mostra isso é aquele em que Rory deixa Yale. Assim que eu e minha mãe assistimos Rory chamar Lorelai de volta e vê-las passando a primeira noite juntas no dormitório da Rory, avaliando todos os garotos do delivery, nós duas, pela primeira vez, começamos a contemplar a ideia de estarmos separadas quando eu fosse para a faculdade. A série mostrou que, às vezes, você simplesmente precisa da sua mãe, assim como ela também pode precisar de você. Eu tento, mas não posso deixar de pensar na Rory ligando para a mãe, enquanto o ficante inútil estava no banheiro perguntando sobre como movê-lo para o outro lado da mesa. O que Gilmore Girls fez de melhor foi mostrar, com precisão, o nuance e o tumultuado amor que existe entre mães e filhas, coisa pela qual eu sou tão agradecida.

A série abordou temas muito importantes de uma forma incrível: amigos, família, vida escolar, alimentação, conflitos existenciais sobre o que é certo e o que é errado. Talvez essa seja uma das melhores coisas nas séries: nos fazer pensar e viver coisas que ainda não experimentados, mas mesmo assim conseguir tirar uma lição disso. 

Com a volta de Gilmore Girls na Netflix, tenho a esperança de que muitos jovens e principalmente as meninas esquisitas da escola possam aprender muito com essa série que já me ensinou tanto.

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